Com os avanços nos estudos e tecnologias, passamos a ter diversas opções de tratamento para a Diabetes. Saiba quais são e como fazê-los
Mesmo em uma época em que a velocidade da informação corre a todo momento, muitas pessoas ainda não sabem o que é a Diabetes e como ela ocorre. Pensando nisto, desenvolvemos este artigo para informar e também orientar. Primeiro, vamos saber sobre o órgão que é atingido pela doença, o Pâncreas.
Pâncreas, a vítima da doença
O pâncreas é um órgão localizado atrás do estômago que produz alguns hormônios importantes para nosso sistema digestivo. Em condições rotineiras, quando o nível de glicose no sangue sobe, células especiais, chamadas células beta, produzem insulina. Assim, de acordo com as necessidades do organismo no momento, é possível determinar se essa glicose vai ser utilizada como combustível para as atividades do corpo ou será armazenada como reserva, em forma de gordura. Isso faz com que o nível de glicose (ou taxa de glicemia) no sangue volte ao normal.
E o que é a Diabetes?
De início, saiba que a Diabetes é uma doença séria e que, apesar de não ter cura, pode ser controlada. E de forma resumida, podemos dizer que o diabetes é uma síndrome metabólica. Ela é caracterizada pelo excesso de glicose (açúcar) no sangue e isto ocorre em razão da incapacidade do pâncreas de produzir corretamente a quantidade de insulina necessária para o organismo e/ou quando o corpo não responde adequadamente à insulina (resistência insulínica). É importante deixar claro que a resistência à insulina não é o pré-diabetes.
E como que ela ocorre?
Imagine que o seu corpo é uma grande cidade com muitas ruas, avenidas e estradas. Considere elas como as suas veias e artérias. As células que fluem por essas vias são os carros, que precisam de combustível para se movimentar – no caso do seu corpo, a glicose é esse combustível. Agora imagine que os tanques desses carros estejam fechados, e, por consequência, o combustível começa a se espalhar pelas vias. É assim que a Diabetes funciona.
O nível de açúcar no sangue normalmente flutua durante o dia, elevando-se após as refeições. Nas pessoas que não têm diabetes, essas flutuações cessam, estacionando em um valor que varia entre 70 e 140 mg/dl. Para um portador da doença, entretanto, os níveis de glicose sobem muito logo depois das refeições e caem mais lentamente à medida que o corpo metaboliza o alimento.
A glicose geralmente leva a culpa pelos danos da Diabetes, mas o problema é causado principalmente pela insulina. Ela é um hormônio produzido pelo pâncreas e é responsável por “destrancar” as células para que a glicose possa entrar e ser carregada pelo corpo. Quando a glicose entra nas células sanguíneas e deixa a corrente, o nível de glicemia (que é o nível de glicose na corrente) cai. Nesse momento, a insulina também diminui para não causar a hipoglicemia, que é a falta de glicose no sangue. A hiperglicemia é o contrário: quando o corpo não consegue controlar a insulina, os níveis de glicose na corrente sobem muito, o que pode causar danos.
Sintomas do diabetes
– Sensação de cansaço;
– Idas frequentes ao banheiro;
– Sede insaciável;
– Ataques de fome;
– Visão embaçada;
– Fadiga;
– Formigamento nas mãos e nos pés.
É importante frisar que muitas pessoas com pré-diabetes, assim como em alguns casos do diabetes tipo 2, não apresentam sintomas. Por esta razão, é importante consultar um médico e estar com os exames em dia.
Fatores de risco
Abaixo estão os principais fatores de risco para desenvolver a doença:
– Idade acima de 45 anos
– Obesidade (saiba como a obesidade causa danos à saúde e veja formas de preveni-la)
– História familiar de diabetes em parentes de 1° grau
– Hipertensão arterial sistêmica (confira 5 passos para reduzir a hipertensão arterial)
– Colesterol HDL abaixo de 35 mg/dl e/ou triglicerídeos acima de 250 mg/dl;
– Alterações prévias da regulação da glicose
E quais os tipos de Diabetes?
– Diabetes Tipo 1
Em algumas pessoas, o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta. Logo, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia. Esse é o processo que caracteriza o Tipo 1 da diabetes, que concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença.
O Tipo 1 aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
– Diabetes Tipo 2
O Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia.
Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ela se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ela pode ser controlada com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.
– Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA)
Entre o Tipo 1 e o Tipo 2, foi identificado ainda a Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA). Algumas pessoas que são diagnosticadas com o Tipo 2 desenvolvem um processo autoimune e acabam perdendo células beta do pâncreas. E há também o diabetes gestacional, uma condição temporária que acontece durante a gravidez. Ela afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e implica risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê.
– Diabetes Gestacional
Durante a gravidez, para permitir o desenvolvimento do bebê, a mulher passa por mudanças em seu equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte importante de hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e utilização da glicose pelo corpo. O pâncreas, consequentemente, aumenta a produção de insulina para compensar este quadro.
Em algumas mulheres, entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem um quadro de diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. Quando o bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino, há maior risco de crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta.
Como eu percebo que estou com diabetes gestacional?
A diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher e nem sempre os sintomas são identificáveis. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem, a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), como está a glicose em jejum e, mais importante ainda, a glicemia após estímulo da ingestão de glicose, o chamado teste oral de tolerância a glicose.
Quais são os fatores de risco?
– Idade materna mais avançada;
– Ganho de peso excessivo durante a gestação;
– Sobrepeso ou obesidade;
– Síndrome dos ovários policísticos;
– História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional;
– História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos);
– História de diabetes gestacional na mãe da gestante;
– Hipertensão arterial na gestação;
– Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).
É possível controlar?
Sim. O controle do diabetes gestacional é feito, na maioria das vezes, com a orientação nutricional adequada. Para cada período da gravidez, uma quantidade certa de nutrientes. A prática de atividade física é outra medida de grande eficácia para redução dos níveis glicêmicos. A atividade deve ser feita somente depois de avaliada se existe alguma contraindicação, como por exemplo, risco de trabalho de parto prematuro.
Aquelas gestantes que não chegam a um controle adequado com dieta e atividade física têm indicação de associar uso de insulinoterapia. O uso da insulina é seguro durante a gestação. É importante destacar que a maioria das gestações complicadas pelo diabetes, quando tratadas de maneira adequada, terão excelente desfecho e os bebês nascerão saudáveis.
Cuidados
O histórico de diabetes gestacional é um importante fator de risco para desenvolvimento de Diabetes Tipo 2. Aproximadamente seis semanas após o parto, a mãe deve realizar um novo teste oral de tolerância a glicose, sem estar em uso de medicamentos antidiabéticos.
Uma ótima notícia é que o aleitamento materno pode reduzir o risco de desenvolvimento de diabetes após o parto. A alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas completam essa ‘fórmula infalível’.
– Pré-Diabetes
Já imaginou se o corpo humano contasse com um sistema de alarme que dispara quando o risco de desenvolver uma doença aumenta? Não seria uma chance de mudar o seu futuro?
A maioria das pessoas não sabe o que é pré-diabetes. Uma pesquisa feita pela SBD em parceria com o laboratório farmacêutico Abbott apontou que apenas 30% dos pacientes tinham informações sobre essa condição.
O termo pré-diabetes é usado quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas não o suficiente para um diagnóstico de Diabetes Tipo 2. Obesos, hipertensos e pessoas com alterações nos lipídios estão no grupo de alto risco.
É importante destacar que 50% dos pacientes nesse estágio ‘pré’ vão desenvolver a doença. O pré-diabetes é especialmente importante por ser a única etapa que ainda pode ser revertida ou mesmo que permite retardar a evolução para a diabetes e suas complicações.
Por que existe essa preocupação? Muitos pacientes ao serem comunicados de que têm prédiabetes, não enxergam ali uma oportunidade. Deixam para ‘cuidar’ quando o problema se agravar. Só que a pré-diabetes pode prejudicar nervos e artérias, favorecendo diversos outros males, a exemplo do infarto e derrames.
A mudança de hábito alimentar e a prática de exercícios são os principais fatores de sucesso para o controle. No entanto, para 60% dos pacientes, a dieta é o passo mais difícil a ser incorporado na rotina. Ao todo, 95% têm dificuldades com o controle de peso, dieta saudável e exercícios regulares. Lembre-se: ninguém morre de diabetes e sim do mau controle da doença.
De acordo com a International Diabetes Federation, entidade ligada à ONU, existem no mundo mais de 380 milhões de pessoas com diabetes. Na maioria dos casos, a doença está associada a condições como obesidade e sedentarismo, ou seja, pode ser evitada. É possível reduzir a taxa de glicose no sangue com medidas simples. Perder de 5 a 10% do peso por meio de alimentação saudável e exercícios faz uma grande diferença na qualidade de vida. Mexa-se!
Fatores de risco:
Assim como a Diabetes Tipo 2, o pré-diabetes pode chegar à sua vida sem que você perceba. Ter consciência dos riscos e buscar o diagnóstico é importante, especialmente se o prédiabetes for parte do que nós chamamos de ‘síndrome metabólica’:
– Pressão alta;
– Alto nível de LDL (‘mau’ colesterol) e triglicérides; e/ou baixo nível de HDL (‘bom’ colesterol);
– Sobrepeso, principalmente se a gordura se concentrar em torno da cintura.
Referências:
https://www.diabetes.org.br/publico/diabetes/tipos-de-diabetes https://www.selecoes.com.br/saude/o-que-e-diabetes-e-como-ocorre/